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Ensaio Tropixel #1 - Relato

Enviado por efeefe, sab, 04/26/2014 - 22:01

Durante as preparações do Festival Tropixel, no ano passado, surgiu o tema da qualidade da água nos rios de Ubatuba. Em particular falava-se sobre o rio Acaraú, que vem lá da Sesmaria já perto da serra, passa ao lado da Estufa II - onde está localizada uma estação da SABESP -, e em seguida também recebe as águas que vêm do córrego da Praia Grande, para enfim atravessar a Rio Santos, cortar o bairro do Itaguá e desaguar no mar. Por conta do próprio trajeto do rio, grande parte das conversas sobre a poluição de suas águas - e em consequência do mar no Itaguá - está carregada de preconceitos e desconfianças. Um dos objetivos do Ensaio Tropixel era experimentar com possibilidades de gerar dados concretos que possam ajudar nessas conversas.

Rio Acaraú - Foz

Durante o Tropixel em outubro, a pedido de representantes do Itaguá Azul - organização que sugere que o Acaraú é um dos maiores responsáveis pela poluição da baía no centro de Ubatuba -, organizamos uma reunião com alguns dos pesquisadores e artistas presentes ao Festival. Estavam na reunião os finlandeses Tapio Mäkelä e Mikko Lipiäinen, Karla Brunet e Javier Cruz do Ecoarte na UFBA e Guima-san do Gypsyware. Durante a reunião, me recordo de ter escutado do pessoal do Itaguá Azul a frase "nós queremos ter acesso a essa tecnologia". A tal tecnologia era a possibilidade de monitorar de maneira continuada a qualidade de água do rio. Escutamos que o problema das análises usuais é que elas são episódicas, o que insere variáveis demais no cenário. Os convidados do Tropixel trouxeram várias perspectivas para a questão, falando sobre sensores digitais de baixo custo, credibilidade de soluções alternativas e possibilidades de mobilização a partir de dados levantados. Mesmo sem planos definitivos de sequência do Tropixel - à época estávamos pensando em uma segunda edição do Festival já no primeiro semestre de 2014, mas ninguém tinha disponibilidade de tempo para fazer isso acontecer -, ainda assim decidimos que faríamos alguma coisa no mês de abril.

Na sequência do Festival, eu também estava conversando com o pessoal do Labmovel (na verdade era uma conversa mais antiga, que começou em 2012 durante o Circuito Artemov no Rio de Janeiro, ou bem antes). Eles estavam planejando as ações para este ano, e acabamos por entrar em acordo a respeito de um evento em Ubatuba. Acabamos aproximando as duas iniciativas no que veio a ser a primeira edição do Ensaio Tropixel. Concentraríamos nosso foco nas possibilidades de monitoramento de qualidade de água, e os testes do piloto seriam no rio Acaraú. O Labmovel ofereceria uma oficina - com o artista Fernando Velázquez - utilizando celulares e drones para fazer filmagens aéreas e mapeamentos, e o Ubalab convidaria Guima-san para trabalhar com sensores junto à realização da oficina. Tive algumas conversas com integrantes do Itaguá Azul, que ofereceram mais dados e confirmaram o interesse no evento.

A questão dos sensores é relativamente complexa: não existe um sensor específico que detecte "poluição" na água. Em geral, utilizam-se diversos indicadores. Podem ser levadas em conta medidas como PH, oxigênio dissolvido, temperatura, composição química do fundo do rio, aparência e cheiro da água, entre outros. Mas como estávamos trabalhando em um período curto, e em um primeiro protótipo que futuramente pode evoluir para uma solução mais completa, decidimos nos concentrar no oxigênio dissolvido. Adquirimos, por intermédio de uma conhecida do Leandro Ramalho, um kit de medição para conectar a uma placa arduino.

Oficina com Guima-San

A programação do Ensaio Tropixel começou no meio da semana, com uma oficina de hardware livre e sensores que Guima-san ofereceu aos meus alunos do primeiro ano no curso técnico de informática da Escola Tancredo Neves. Mostrou algumas possibilidades com arduinos, sensores, ativadores e afins. No dia seguinte, reunimos um grupo de pessoas interessadas em tecnologia na cidade de Ubatuba no Espaço Tec da Biblioteca Municipal para fazer os primeiros testes com o sensor de oxigênio dissolvido. O kit que estávamos usando traz junto um líquido de calibragem. Após ligar o sensor, utiliza-se o líquido para zerar a leitura. Depois, cada leitura demora cerca de dois minutos para estabilizar-se. Ao fim da noite, já havíamos conseguido obter algumas medições. Guima e Leandro chegaram até a desenvolver um script em python para obter as medições utilizando um velho tablet que tenho aqui, mas no dia seguinte acabamos deixando essa solução de lado por motivos de confiabilidade no hardware.

Sensor de OD

Hacklab no Espaço TEC

No fim de semana, Labmovel já estava pela área. Encontramos os participantes da oficina no Tancredo para contextualizar e demonstrar algumas aplicações de informação georreferenciada. Dos 27 inscritos, apareceram menos de 10 - mas isso faz parte de um sábado de sol em Ubatuba, eu suponho. Havia principalmente estudantes da Etec - Centro Paula Souza, e do Tancredo. Senti falta em especial de mais integrantes de organizações interessadas nas condições do Acaraú que pudessem nos ajudar a acessar os pontos críticos para avaliação da qualidade da água - como aqueles antes e depois da estação da SABESP. Sem esse conhecimento de campo, acabamos focando somente em outros três pontos: na confluência do córrego da Praia Grande com o Acaraú (onde o rio passa por debaixo da Rio-Santos); na rua Basílio Cavalheiro e no ponto onde ele deságua no mar. Estávamos conscientes de que uma medição pontual não significa nada, mas estávamos tratando aquilo como um protótipo que deve ser ampliado futuramente. Guima chegou a estudar a possibilidade de fazer sensores com material reciclado ou de baixo custo, mas isso vai ficar para um segundo momento. Da mesma forma, a ideia de fazer diversos sensores interconectados em rede, alimentando um sistema online, precisaria de mais tempo e investimento para ser implementada a contento.

Introdução à Oficina no Tancredo Neves

Coletando amostrasDe todo modo, saímos para fazer as medições com um grupo animado. Alguns ajudavam a coletar amostras da água, o que exige delicadeza. Qualquer agitação na amostra já pode modificar os níveis de oxigenação. Outros ajudavam a preparar o contexto, encontrar pontos de interesse, ou então acompanhavam os voos do drone Phantom 2 comandado por Fernando Velázquez. Duas alunas carregavam celulares com GPS registrando o trajeto e fazendo imagens já georreferenciadas ao longo do caminho. Ao fim da tarde, já tínhamos um quadro que confirmava o que esperávamos. No trecho perto da Rio-Santos, os níveis de oxigenação da água do Acaraú são horrendos. Dali para a frente, a água melhora um pouco até saír para a baía - ainda poluída, mas já razoavelmente melhor. Infelizmente, não fizemos as medições acima da estrada - onde elas seriam ainda mais necessárias. Mas como prova de conceito já funcionou muito bem. Foram geradas também algumas imagens aéreas interessantes para contribuir com o mapeamento do rio.

Fernando Velazquez - Imagens Aereas Ensaio Tropixel 1

Na manhã do domingo, o Labmovel instalou-se no terminal marítimo no canto direito do Itaguá para demonstrar resultados da oficina. Fernando Velazquez exibiu algumas imagens aéreas captadas na tarde anterior. Guima contou sobre os testes com sensores e alguns conceitos por trás. Eu demonstrei o mapa que montei na plataforma Mapas Coletivos com imagens e trilhas registradas. O secretário do Meio Ambiente de Ubatuba, Juan Prada, estava presente e contou mais sobre o rio Acaraú e outros rios da cidade.

Apresentação final

Como primeira experiência de evento menor e mais focado, o Ensaio Tropixel foi bastante interessante. Ajudou a conscientizar algumas pessoas a respeito de condições físicas do rio - incluindo seu traçado, e implicações do desenvolvimento urbano sobre ele. Mas fundamentalmente permitiu um pouco mais de aprofundamento do que um festival no qual diversos assuntos competem uns com os outros. Para mim particularmente foi uma oportunidade de aprender sobre alguns temas técnicos. Mais ainda, aprendi sobre diferentes camadas da composição não somente do rio como também de seu entorno ambiental, institucional e de imagem. Certamente, as próximas edições do Ensaio Tropixel já serão influenciadas por estas descobertas.

 

Veja também a documentação gerada pelo primeiro Ensaio Tropixel:

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O Ensaio Tropixel #1 foi uma parceria entre Ubalab e Labmovel, e contou com o apoio da Escola Municipal Tancredo Neves, Prefeitura de Ubatuba e Ecotrip Hostel. Labmovel esteve em Ubatuba com apoio da Secretaria Estadual de Cultura, dentro do Programa de Ação Cultural 2013.

Cursos Pronatec em Ubatuba

Enviado por efeefe, qua, 03/12/2014 - 16:32

Repassando comunicado da Prefeitura:

Pronatec abre inscrições para cursos gratuitos em Ubatuba
Objetivo do programa é ampliar oferta de cursos de educação profissional e tecnológica
As inscrições para cursos gratuitos de formação profissional oferecidos pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) em Ubatuba encontram-se abertas.
Podem se inscrever trabalhadores, inclusive agricultores familiares, silvicultores, aquicultores, extrativistas e pescadores; povos indígenas, comunidades quilombolas e outras comunidades tradicionais; pessoas com deficiência; pessoas que recebem benefícios dos programas federais de transferência de renda; estudantes matriculados no ensino médio em escolas públicas, inclusive na Educação de Jovens e Adultos (EJA); e adolescentes e jovens em cumprimento de medidas socioeducativas.
Confira no fim da matéria os detalhes sobre cada curso e sobre como fazer a inscrição.
Pronatec
O Pronatec foi criado pelo em 2011 com o objetivo de ampliar a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica. Segundo o Ministério da Educação, desde a criação, o programa atendeu a 2,5 milhões de brasileiros.
Até 2014, a meta é oferecer cursos técnicos e de formação inicial e continuada a 8 milhões de estudantes e trabalhadores. Em Ubatuba, são 30 vagas oferecidas em cada módulo.
Os cursos são gratuitos, ministrados pela equipe do Instituto Técnico Federal em diversas áreas tecnológicas: ambiente e saúde, produção cultural e design, gestão e negócios, informação e comunicação entre outras. O material didático também é gratuito e é fornecida ajuda estudantil. Conheça mais sobre o Pronatec: http://pronatec.mec.gov.br/
Inscrições
Os interessados devem dirigir-se à unidade demandante para fazer a pré-inscrição até o dia 19 de março. As vagas são preenchidas respeitando o público prioritário (descrito acima), os pré-requisitos de cada curso e a ordem de chegada dos interessados.

É obrigatória a apresentação dos seguintes documentos:
• RG original e cópia simples (não pode ser carteira de motorista);
• CPF original e cópia simples (caso o número conste no RG não é necessário apresentá-lo);
• Comprovante de escolaridade – certificado de conclusão de curso, histórico escolar ou declaração de escolaridade original e cópia simples, conforme pré-requisito do curso;
• Comprovante de conta bancária no nome do candidato.

Confira abaixo os cursos oferecidos em Ubatuba:
Os cursos têm início em 7 de abril, com aulas teóricas e práticas às segundas, terças e quartas-feiras, das 18:30 horas às 22:30 horas.

EIXO TECNOLÓGICO: Gestão e Negócios / Auxiliar de Recursos Humanos
Executa rotinas de processos administrativos do setor de Recursos Humanos de uma empresa. Realiza atividades de apoio ao planejamento, execução, avaliação e controle dos processos de recrutamento e seleção, treinamento e desenvolvimento, avaliação de desenvolvimento, avaliação de desempenho, progressão funcional, cargos, salários e benefícios.
Escolaridade: Ensino Médio Incompleto.
Demandante: Secretaria Municipal de Cidadania e Desenvolvimento Social Rua Paraná, 374 – Centro. Tel.: (12) 3834-3516

EIXO TECNOLÓGICO: Ambiente e Saúde / Cuidador de Idosos
Cuida da higiene, conforto e alimentação do idoso, observando possíveis alterações no estado geral. Zela pela integridade física do idoso, presta primeiros socorros e promove atividades de entretenimento.
Escolaridade: Ensino Fundamental Completo.
Demandante: Secretaria Municipal de Cidadania e Desenvolvimento Social Rua Paraná, 374 – Centro. Tel.: (12) 3834-3516

EIXO TECNOLÓGICO: Produção Cultural e Design / Operador de Áudio
Realiza edições e mixagem de áudio, utilizando softwares e equipamentos digitais e analógicos, para atender a diferentes tipos de eventos, tais como teatro, cinema, publicidade, televisão, danças, festas populares, ou eventos correlatos, de acordo com as exigências estéticas, culturais e históricas do projeto.
Escolaridade: Ensino Médio Completo.
Demandante: Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba – FUNDART
Praça Nóbrega, 54 - Centro. Tel.: (12) 3833-7000 l 3833-7001

Ensaio Tropixel

Enviado por efeefe, ter, 03/11/2014 - 22:43

Com o objetivo de continuar e aprofundar as colaborações que surgiram a partir da realização do festival Tropixel em outubro passado, estamos elaborando uma programação mais focada e em pequena escala. São os Ensaios Tropixel, dedicados a desenvolver ideias e concretizá-las. A primeira edição acontece no fim de semana de 5 e 6 de abril, aqui em Ubatuba, e será realizada em parceria com o Labmovel. Saiba mais sobre o Ensaio Tropixel #1 e participe!

http://tropixel.ubalab.org/ensaio/abril14
 

Ubatuba Conectada e Criativa

Enviado por efeefe, sex, 03/07/2014 - 16:40

Em breve...

Litoral Sustentável - Turismo de Base Comunitária

Enviado por efeefe, ter, 02/18/2014 - 16:01

Litoral Sustentável - Turismo de Base Comunitária. from Pedro Bayeux on Vimeo.

"... A partir da discussão de como agregar valor social e cultural aos programas turísticos tradicionais e também para fomentar o turismo com base comunitária, através da formação de redes, de modo que as comunidades, como indígenas, quilombolas ou caiçaras, protagonizem a oferta de produtos turísticos..."

Concepção: Felipe Fonseca, Maira Begalli, Pedro Bayeux.
Direção, edição, cinegrafista: Pedro Bayeux.
Cinegrafistas: Marco Estrella, Erik Nagamine.
Som: Ladislau Kardos, Erik Nagamine.
Trilha original: Renato Cortez.

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